Não Choreis os Mortos


Não choreis nunca os mortos esquecidos
Na funda escuridão das sepulturas.
Deixai crescer, à solta, as ervas duras
Sobre os seus corpos vãos adormecidos.
E quando, à tarde, o Sol, entre brasidos,
Agonizar... guardai, longe, as doçuras
Das vossas orações, calmas e puras,
Para os que vivem, nudos e vencidos.
Lembrai-vos dos aflitos, dos cativos,
Da multidão sem fim dos que são vivos,
Dos tristes que não podem esquecer.
E, ao meditar, então, na paz da Morte,
Vereis, talvez, como é suave a sorte
Daqueles que deixaram de sofrer.


Pedro Homem de Mello, in "Caravela ao Mar"

2 comentários:

Cestad'arte disse...

Que lindo poema!

lika disse...

olá lindo poema,adorei seu blog ás vezes faço tbém bijuterias agora já sei onde encontrar coisas lindas,fico muito feliz em vc me seguir,um abraço
lika

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